Três anos depois de criar um espaço de trabalho no Parque das Nações, que no ano seguinte reconverteu em loja e ao qual acrescentou um pequeno armazém de 250 metros quadrados naquela zona da cidade, o Insania vai avançar em 2020 com um investimento para tornar Lisboa no "principal polo logístico" da empresa de vendas online.
O CEO do site de comércio eletrónico ("e-commerce") adiantou ao Negócios que está à procura de armazéns de três a cinco mil metros quadrados na zona de Sacavém, com o objetivo de, em termos operacionais, "aproximar o polo de Lisboa ao do Porto", onde tem a sede e um armazém de mil metros quadrados na Rua de Camões.
É que, detalhou José Veiga, cerca de dois terços dos envios diários, num total de cerca de 400 encomendas, são feitos sobretudo a partir da Invicta – onde tem 80% a 90% da mercadoria – para clientes localizados a sul da região de Leiria, em particular para a Área Metropolitana de Lisboa, pretendendo ter ali "capacidade de resposta, como [tem] no Porto, para fazer expedição no mesmo dia".
Criado em novembro de 2010 por este licenciado na área informática pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Insania disponibiliza atualmente mais de 2.500 artigos únicos. De acordo com o fundador, que "já na altura era um grande adepto das tecnologias", o portal registou perto de 280 mil visitas únicas no último mês, o que correspondeu a quase um milhão de visualizações. A 1 de julho ficou online a versão espanhola do site.
"Começou por ser uma plataforma de e-commerce de gadgets, mas fomos diversificando o portefólio de produtos, sem nunca entrar no ‘mainstream’. Tentamos procurar uma lacuna no mercado em que haja alguma oferta internacional e muita procura no nosso país. E temos tudo em stock, não acreditamos [na fórmula] dos ‘marketplaces’", resumiu o empresário portuense, 37 anos, que é também sócio da "fintech" EuPago, especializada em soluções de pagamento.
"Tentamos procurar uma lacuna no mercado em que haja alguma oferta internacional e muita procura no nosso país. E temos tudo em stock." JOSÉ VEIGA, CEO DO INSANIA
Os gadgets tecnológicos e os produtos para o ar livre e de "fitness" são os mais populares no Insania, que emprega 31 pessoas e atingiu uma faturação de 1,8 milhões de euros em 2018. Aproveitando a "falta de representação [direta] da Amazon em Portugal" e as novas categorias lançadas, como puericultura ou vestuário, num total de 500 novos artigos, José Veiga estima chegar ao final deste ano com vendas de 2,5 milhões de euros.