Duplica em Portugal a compra de bicicletas elétricas

Reconhecimento de veículos de duas rodas como meio de transporte impulsionou vendas nos últimos três anos.
28 Agosto 2019

Os portugueses estão a comprar cada vez mais as próprias bicicletas e trotinetes elétricas. Só no ano passado, foram vendidas mais de 20 mil bicicletas elétricas, mais do dobro do que nos dois anos anteriores (8350 unidades), segundo os dados da associação Abimota. Também as trotinetes elétricas são cada vez mais procuradas, embora em menor quantidade, conforme apurou o Dinheiro Vivo. 

Os benefícios para o ambiente e os baixos custos explicam o crescimento das bicicletas como meio de transporte e não de diversão. 

“Numa bicicleta, há necessidade de fazer sempre esforço físico. Isto é uma obrigação numa altura em que o sedentarismo e a obesidade são problemas sociais”, assinala Gil Nadais, líder da Abimota. 

A MUBi, associação pela mobilidade urbana em bicicleta, fala neste veículo como uma “opção de mobilidade ecológica, saudável e económica em alternativa ao automóvel”, sobretudo nas deslocações pendulares, explica Rui Igreja. 

José Miguel Trigoso, da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), assinala que a bicicleta “é um meio de transporte que está cada vez mais dentro das tendências internacionais”. 

O cada vez maior interesse dos portugueses por bicicletas e trotinetes também é sentido no retalho e nas pesquisas online. Na Fnac, as vendas totais destes veículos cresceram 95,9%, entre julho de 2017 e julho deste ano, segundo fonte oficial. 

Pesquisas disparam 

Na plataforma KuantoKusta, por exemplo, a procura por trotinetes elétricas duplicou desde o início deste ano face ao mesmo período do ano passado. O mesmo aconteceu com as pesquisas na Worten. O portal de gadgets Insania nota que a venda de trotinetes elétricas já cresceu 72% neste ano face ao mesmo período de 2018. 

O aumento “prevê-se que seja ainda maior para este Natal”, considerando que estes veículos “têm preços cada vez mais acessíveis e os portugueses estão à procura de um meio de transporte cada vez mais prático”, explica fonte oficial da Insania. 

Seguro recomenda-se mas não é obrigatório Quem tem uma bicicleta não é obrigado a ter um seguro. Mas a PRP e as associações de mobilidade recomendam que os proprietários tenham uma apólice para as bicicletas, comercializada por grande parte das seguradoras nacionais. A PRP recomenda que os ciclistas possuam um seguro contra terceiros, “para os incidentes com os peões”. Nas situações mais graves, “o Estado deveria prestar uma garantia, como existe para os automóveis”, acrescenta a PRP. A MUBi avisa que “regulamentação opressiva sobre a utilização da bicicleta traduz-se na redução da sua utilização e do número de utilizadores”. A Abimota lembra que as bicicletas elétricas “não são mais do que uma bicicleta normal que permite à pessoa deslocar-se sem efetuar tanto esforço como seria necessário, sobretudo nas subidas”, diz Gil Nadais. 

Cheque do Estado para bicicletas já está esgotado 

Está esgotado o apoio estatal de 250 euros para a compra de bicicletas com assistência elétrica. Já deram entrada 1066 candidaturas ao “cheque” atribuído pelo Fundo Ambiental e que abrange os primeiros 1000 pedidos aceites por esta entidade do Ministério do Ambiente. O apoio para a compra de bicicletas elétricas foi introduzido este ano.